quarta-feira, 12 de novembro de 2014

HOMENAGEM A LEANDRO KONDER (1936-2014)

HOMENAGEM A LEANDRO KONDER (1936-2014)

Meus pêsames à família e ao Brasil que sofre uma grande perda especialmente a esquerda brasileira que perde um cérebro afiado. Tive o privilégio de ter conhecido Leandro Konder pessoalmente e de ter sido influenciado por ele. Ninguém nasce comunista, a pessoa "vira" comunista. No meu caso me tornei comunista em função de livros que li. Um deles foi o "Marx: vida e obra" de Leandro Konder um livrinho de capa amarela publicado por José Álvaro editor. E outro foi um compêndio de Georges Politzer atualizado por dois discípulos seus, "Princípios Fundamentais de Filosofia". Foi bom ter lido os dois ao mesmo tempo porque o livro de Politzer era muito didaticamente stalinista e Konder já tinha uma postura crítica. Não quero dizer que minha postura crítica deveu-se à leitura de Leandro. A primeira vez que meu cérebro entrou em contado com a ideia da classe dos trabalhadores como classe dominante no governo da sociedade. Minha primeira reação foi "Não está vendo que um troço desses não pode dar certo"...Depois me acostumei com a ideia e hoje tenho certeza que o que não dá certo mesmo são os capitalistas no poder.
Mas voltando ao Leandro Konder. Fui camarada dele da mesma base do PCB. E uma impressão que me ficou foi que Leandro, um homem doce, afável, delicado, quando estava na posição de orador sabia falar com raiva (não lembro do conteúdo, mas aposto que era ele falando da direção do partido). Konder era "eurocomunista", seguidor de Gramsci e a direção do partido era "oportunista" ia para onde a União Soviética fosse.
Konder tinha um senso de humor muito interessante. Ele gostava de contar que quando menino ia atravessar a rua fora do sinal, de mãos dadas com seu pai, Valério Konder, o sinal abria e os carros começavam a avançar na direção deles, ele contava que seu pai dizia: "Corre que eles já nos viram". No curso que ele dava na UFF seu método de avaliação era pedir um único trabalho no final do curso. Às vezes tinha aluno que entregava apenas uma folha de papel de caderno escrita à mão. Uma vez ele pegou um desses "trabalhos", segurou com dois dedos, mostrou para a turma e comentou: "Deve ser provocação, não é não?".
Provocação fiz eu. No final do curso sobre dialética que Leandro frisou que falaria apenas de dialética na história e não na natureza. Meu trabalho foi exatamente sobre dialética na natureza. Foi um risco que corri, mas ganhei nota dez. Tive um professor de direito que dizia: "Se eu der aula sobre divórcio e o aluno na prova discorrer sobre casamento, vai levar zero!".
Certa vez Leandro deu um curso sobre liberalismo e cada aula era dedicada a um pensador. E um dia era Locke, outro Montesquieu, outro Rousseau e por aí vai. Na última aula Leandro começou a relacionar no quadro verde os filósofos dos quais falara. Depois que ele concluiu a lista. Comentei: Leandro está faltando alguém. Ele pensou, pensou e nada. E eu: O Marquêêêêêês! Ele ficou tão contrariado com o ato falho que apagou todo o quadro verde e escreveu em letras garrafais: SADE. O Marquês de Sade fora um dos filósofos liberais por ele focalizados no curso.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

A FIXAÇÃO JUDAICA EM DESTRUIR AS CASAS DOS PALESTINOS

Desde que tomei contato pela primeira vez com o que acontece no Oriente Médio e especialmente na interface bélica entre Israel e árabes da palestina ou do Líbano que me impressionei com o fato da destruição de casas dos árabes por Israel. Hilary Clinton também já notou isso e se pronunciou: "Israel demolir casas de palestinos é inútil".
Israel pretende ser o único país moderno e democrático do Oriente Médio. A civilização islâmica, para Israel é coisa de bárbaros. O discurso de Israel cada vez mais se revela como conversa mole para goy dormir. Um estado moderno e democrático tem que necessariamente ser laico. Israel é um "estado judeu". Theodor Herzl o criador do sionismo era um judeu materialista. Logo Israel ou é um "estado teocrático"; ou, se levou em consideração os judeus de um ponto de vista materialista, é um "estado racista". A ONU já aprovou uma Resolução apontando o sionismo como uma forma de racismo.
Mas fazendo abstração para o fato de ser um estado racista ou teocrático, e voltando para o tema deste post; Existe algum estado realmente moderno, algum país civilizado em que exista essa pena que Israel inflige a seu bel prazer aos palestinos de destruir suas casas?
Aqui no Brasil,em 1789, quando a gente ainda era uma colônia de Portugal, surgiu um movimento subversivo denominado Inconfidência Mineira que pretendia que o Brasil fosse um país independente. Portugal conseguiu abortar esse movimento e seu líder o Tiradentes foi enforcado e TEVE SUA CASA DESTRUÍDA e a terra do quintal e do jardim salgada "para que ali não brotasse nem capim". Resumindo: Israel é tão "moderno" quanto a Coroa portuguesa do século XVIII.

Na verdade a fixação demolidora faz parte dos princípios do sionismo. Ben Gurion em carta a seu filho datada de 1937 foi franco:

“Nós expulsaremos os árabes e tomaremos suas terras. Em cada ataque um golpe decisivo deve ser dado resultando na destruição de casas e na expulsão da população”.

Ben Gurion disse isso quando Hitler estava no auge do poder e Israel era ainda um sonho do sionismo. Dezesseis anos depois, exatamente em 1953 por ocasião do primeiro massacre de Qibya, Ariel Sharon ordenou pessoalmente a seus homens: "Quero o máximo de mortes e danos materiais" (maximal killing and damage to propety).
Agora em 2014 com o terceiro massacre de Gaza comandado por Benjamin Netanyahu, discípulo conspícuo de Ariel Sharon, Israel dá vazão à sua fixação (anal?) pela destruição de casas de palestinos.
Nos territórios ocupados Israel demole casas e depois dificulta ao máximo a aquisição de materiais de construção e nega alvarás "de construção"
Organizações de direitos humanos e as Nações Unidas criticam as demolições dos lares dos palestinos como sendo o que são: uma violação do direito internacional. E consideram que o governo de Israel na verdade utiliza as demolições como forma de punição coletiva e meio de confiscar terras viabilizando a expansão dos assentamentos judaicos.
Diante da sistemática demolição da infraestrutura urbana (e rural) palestina Maxwell Gaylard, Coordenador Humanitário das Nações Unidas para o Processo de Paz no Oriente Médio, declarou: "Israel tem a responsabilidade fundamental de proteger a população civil palestina sob seu controle e garantir seu bem-estar e dignidade".
Segundo o relatório "Demolições e Deslocamento Forçado na Cisjordânia Ocupada", 622 estruturas foram demolidas apenas em 2011. Incluindo casas, abrigos de animais, escolas, hospitais, e mesquitas. Mais de 60% dessas demolições deram lugar a assentamentos judaicos".

Agora mesmo o mundo todo assistiu a fantástica destruição que as Forças Armadas de Israel atacando a Faixa de Gaza (do tamanho da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro) por terra, mar e ar ocasionaram. E Benjamin Netanyahu não quer permitir a entrada de material de construção alegando que o Hamas vai usar para construir túneis.
Convido o leitor para refletir sobre tudo isso.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

A VINGANÇA DO ESTADO JUDEU

A Vingança do judeu é o título de um romance clássico da literatura espírita. O livro virou novela de televisão com o título Somos todos irmãos. Não sei se o povo judeu tem alguma relação com o espírito de vingança. A gente sabe que os cristãos valorizam muito a mensagem do perdão inerente à filosofia de amor ao próximo contida no Novo Testamento. Mas por alguma razão que a própria razão desconhece, nós temos que o Estado Judeu é vingativo. Pelo visto a máxima “olho por olho, dente por dente” foi aperfeiçoada para “joga-me um cisco no olho que te furo os dois olhos; quebra-me um dente que te arranco todos os dentes”.
Israel cultiva a memória do Holocausto como um ruminante de ressentimentos, leva seus adolescentes para visitar os campos nazistas de concentração e extermínio localizados na Polônia, e usa o Holocausto para justificar suas ações e até para amealhar dinheiro, segundo Norman Finkelstein.
Aliás, Israel deve sua existência ao holocausto. O lobby sionista formado para a criação pela ONU de um estado para os judeus e outro para os palestinos não teria tido sucesso não fosse o sentimento de culpa deixado no mundo civilizado pelo holocausto. Papel importante na criação de Israel teve o brasileiro Osvaldo Aranha. Antes falava-se que ele teria desempatado a votação ocorrida na Assembléia da ONU com seu voto de minerva favorável à partilha da palestina. Agora vejo pela internet versão que desmente essa história. Não teria existido tal voto de minerva. Mas continua sendo verdade que Osvaldo Aranha na época Presidente da Assembléia da incipiente ONU que contava com apenas 57 países membros trabalhou como um fiel escudeiro do sionismo, protelando a votação por três dias. Tempo esse que foi vital para que o lobby sionista conseguisse os votos necessários para a aprovação da partilha. Dizem as más línguas que rolou muito dinheiro.
A palestina foi dividida em dois estados. E a forma de gratidão de Israel pelo trabalho de Osvaldo Aranha em prol da criação do Estado de Israel foi dar a ele o nome de uma rua em Jerusalém.
Há poucos dias em virtude de o Brasil ter em duas notas condenado energicamente o uso desproporcional da força por Israel em Gaza. O Estado Judeu se vingou dizendo por meio de um porta voz que o Brasil é apenas um “anão diplomático”, “um país irrelevante”. No mínimo Israel foi desrespeitoso e ingrato com o país do qual dependeu para ter nascido. Até hoje Israel mama nas tetas do anão, quanto dinheiro de origem judaica não é carreado para Israel? É o destino certo do contrabando de nossas pedras preciosas.
O que parece é que o sionismo mudou de caráter. A princípio tinha por objetivo a criação de um lar nacional para os judeus da diáspora. Hoje com o Estado Judeu já de pé e consolidado, a natureza do sionismo mudou para o objetivo histórico da vingança do Holocausto. A vingança do Estado Judeu.
Essa atual campanha do Estado Judeu em Gaza, puro terrorismo de estado, puro e covarde massacre de um povo é pura vingança do Estado Judeu que está a se vingar do governo de coalisão celebrado entre os palestinos da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. Netanyahu quer quebrar essa unidade com bombas. Fosse ele mais inteligente perceberia que o sofrimento que inflige aos palestinos consolida ainda mais a vontade geral desse povo. Ele também está se vingando dos acordos que Barack Obama celebrou com o Irã. O Estado Judeu se vinga dessa suprema ousadia da resistência palestina de querer atingir seus cidadãos com foguetes.

O DIREITO DE ISRAEL DE SE DEFENDER

Israel se esconde por trás de uma frase feita: "Israel tem o direito de se defender". É a frase com que Benjamin Netanyahu recebe Barack Obama, Angela Merkel ou quem quer que se dirija a ele para pedir moderação. Em seguida aperta o garrote vil no pescoço dos palestinos, o Hamas reage disparando seus foguetes. Aí, Israel usa o seu pretenso direito de defesa paracausar a destruição que estamos vendo na cidade de Gaza. O direito de defesa é um direito que todos possuem, é um direito tão importante que permite que a vitima mate o agressor "em legítima defesa". Ocorre que existe a figura do "excesso de legítima defesa" que é crime. Crime que pode ser culposo ou doloso. Mesmo que seja reconhecido que Israel está a fazer uso de legítima defesa, está claro que está exagerando. Curioso é que Israel do alto de sua arrogância não admite nenhuma crítica à sua ação militar em Gaza. O Brasil foi chamado de "anão diplomático" por ter criticado a truculência militar israelense. Devia ter mais respeito pelo país do qual Israel dependeu para poder nascer. Osvaldo Aranha é nome de rua em Jerusalém por causa disso. Até hoje Israel mama nas tetas desse anão, quanto dinheiro de origem judaica não é carreado para Israel? É o destino certo do contrabando de nossas pedras preciosas.
Israel põe em prática aquela "novilíngua" do "1984" de George Orwell e inverte o significado das coisas. Em princípio Israel é o agressor permanente que mantém um bloqueio militar à Faixa de Gaza. Os palestinos de Gaza vivem no que em linguagem militar se chama de "zona de morte". E é isso o que Israel semeia por lá. Em Gaza só entra ou sai quem ou o que os soldados israelenses permitem. Esses túneis que Israel está destruindo com bombas, tem tido para Gaza a função de respiradouros. Israel adora destruir com um prazer sádico casas de palestinos (para não dizer escolas, hospitais, rádios, jornais, mercados, mesquitas,etc) e depois proíbe a entrada de materiais de construção. Chego a pensar se Hitler não foi mais humano com os judeus. Num primeiro momento o ditador alemão queria mandar os judeus para a Ilha de Madagascar, premido pela violência da guerra (violência gera violência) surgiu a ideia da "solução final". A solução final consistia em matar os judeus com gás em ambiente fechado. Israel quer deixar o povo palestino de Gaza morrer à míngua a céu aberto (de outra feita já jogou fósforo branco de aviões sobre os palestinos). Sou capaz de apostar como o criminoso de guerra Bibi Netanyahu deve sonhar com uma "solução final" para os palestinos. Não tem é coragem de contar seu sonho. De modo que quem está usando do direito de se defender são os palestinos. O jurista brasileiro Machado Pauperio é autor de um livro intitulado "O Direito de Resistência", direito reconhecido a qualquer povo de resistir aos ditadores. No caso dos palestinos trata-se de resistir à dominação de uma potência estrangeira. É terrível essa situação de violência em Gaza. A paz está nas mãos de Israel que precisa parar com o bombardeio e com o bloqueio. Se Israel não fizer isso, o Hamas continuará jogando seus foguetinhos talvez com a "esperança" de que com o aumento do número de mortos, quem sabe duzentos mil mortos, façam com que o clamor internacional consiga demover Bibi.

sábado, 19 de julho de 2014

BENJAMIN NETANYAHU CRIMINOSO DE GUERRA

Esse canalha tinha que ser julgado por um tribunal como o de Nuremberg. Mentiroso, hipócrita e cínico ele diz que apenas quer "destruir a infraestrutura" do Hamas. E o que significa isso? A destruição da infraestrutura urbana do povo palestino. Israel destrói com suas bombas: escolas, hospitais, quadras esportivas, creches mesquitas, o sistema de abastecimento de água, de eletricidade, e de comunicação. Imaginem se a polícia militar do Rio de Janeiro resolvesse destruir a infraestrutura do Comando Vermelho privando a população favelada de água, luz e comida. Mais do que crime de guerra o que Netanyahu comete é crime de lesa humanidade. Muitas dessas instalações foram colocadas pela ONU, isso faz com que a agressão israelense se estenda à comunidade internacional.
Netanyahu se esconde por trás de uma frase grandiloquente "Israel tem o direito de se defender". Argumento idiota, todos têm o direito de se defender, o direito de defesa é um direito tão sagrado que até permite que a vítima mate o agressor. O que não elimina o fato de que o excesso de legítima defesa que pode ser culposa ou dolosa constitua-se num crime e que seu autor seja passível de imputabilidade penal.
Netanyahu não é um criminoso primário, ele já agrediu militarmente gaza várias vezes. A última vez em que ele jogou o peso dos ataques militares de Israel contra Gaza foi por motivo eleitoreiro, queria se habilitar junto ao eleitor israelense visando sua própria reeleição. A gente já conhece seu 'modus operandi, é o mesmo dos nazistas. Começa pelo fato de Israel ter transformado a Faixa de Gaza num gueto. Israel não invade Gaza apenas com tanques, leva junto tratores e motoniveladoras para abrir caminho para os tanques israelenses. Abre "estradas" largas o suficiente para que seus tanques possam ir e vir, ou seja, de mão dupla. Isso no meio do casario no qual vivem os palestinos. Imaginem por cima de quantas casas de palestinos passam os tanques israelenses.
Israel não invade Gaza com infantaria, não coloca seus soldados para lutar corpo a corpo, casa por casa com os homens do Hamas. Comedores de hamburguer e Coca-Cola, não têm condições de encarar os guerreiros do Hamas que lutam pela libertação de seu povo sem temer que os adora, a própria morte. A covardia israelense se esconde por trás apenas de bombardeios aéreos, mísseis e artilharia de tanques de guerra.
O que Netanyahu pretende com essa covarde agressão é romper a recente coalisão que reuniu o Hamas e a Autoridade Palestina. O pai da divisão que havia entre os palestinos foi o carniceiro-mor, Ariel Sharon, que o conseguiu por meio do arrocho do garrote vil israelense. Dividiu o governo palestino em duas facções. O aprendiz de carniceiro, Netanyahu, quer, usando o mesmo método de Sharon, romper a unidade do povo palestino recentemente reconstituída.
Não existe solução militar para esse conflito. Nem Israel pode ser varrido do mapa e nem a resistência do povo palestino. É possível que na mente doentia do criminoso Benjamin Netanyahu ele alimente a ideia de uma "solução final" para os palestinos da Faixa de Gaza. Tal solução revelaria ao mundo que sionismo e nazismo eram apenas suas faces de uma mesma moeda.
Não adianta colocar aqui quantos palestinos, a maioria civis incluindo crianças, morreram, quantos feridos e quantos refugiados tiveram seus lares destruídos. Basta colocar que para cada mil vítimas entre os palestinos temos uma israelense. E o taxímetro está funcionando.
A alternativa a essa exuberância irracional é a paz. A solução racional é a paz. E de quem se espera que partam os maiores esforços para a construção da paz? De Israel. Por que? Porque é o mais forte, segundo o princípio "a quem mais é dado mais lhe será cobrado". Quando um não quer, dois não brigam.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

LULA,O ESTADISTA VIRA-LATA

Complexo de vira-lata é um conceito de Nelson Rodrigues para designar o sentimento de inferioridade do brasileiro diante dos estrangeiros. Segundo Nelson o brasileiro, especialmente o membro da elite, se comporta como "um Narciso às avessas, que cospe na própria imagem". Para nosso Anjo pornográfico o fato de o Brasil ser campeão mundial de futebol ajuda a superar o complexo de vira-lata.
Confirmando a filosofia rodriguiana, Lula, recentemente, criticando o derrotismo diante da Copa da FIFA, declarou que "vai demorar alguns séculos para a gente virar uma Alemanha". Com isso Lula deu uma de estadista vira-lata. Como é que um país de dimensões continentais não pode ultrapassar outro país que cabe dentro dos limites de apenas uma de suas unidades federativas, por exemplo a Bahia? A Alemanha com vocação de potência, mas sem território, tentou conseguir esse 'lebensraum' na marra com a Segunda Guerra, mas perdeu. O Brasil possui o melhor e mais rico 'lebensraum' do mundo, a Amazônia. A Rússia, por exemplo, possui a Sibéria, mas é gelo puro.
Se o Brasil se determinasse a ultrapassar a Alemanha. O primeiro passo seria consultar os coreanos, que estão empenhados em ultrapassar o Japão. Perguntar a eles qual o caminho. E ouvirão em alto e bom som "É a educação, estúpido". E mandar brasa: quantos engenheiros a Alemanha forma todo ano? Vamos formar mais, se possível o dobro. Vamos estudar a obra de Bautista Vidal que diz que combustível fóssil já era e que temos que investir na química baseada na massa verde da qual temos o monopólio. Vamos chamar a Maria Lúcia Fattorelli que pode ajudar nosso país a se livrar de 70% de nossa Dívida Pública, esse garrote vil financeiro que prende nosso país. Ela ajudou o presidente do Equador, Rafael Correa, a se livrar dos agiotas da oligarquia financeira anglo-americana. Vamos chamar o Adriano Benayon que pode ajudar a retirar da rapacidade dos banqueiros a exploração do nosso nióbio, mineral do qual depende o avanço da industrialização do planeta e do qual possuímos o monopólio. Vamos criar a Niobiobras. Agindo assim o Brasil ultrapassa não apenas a Alemanha, mas a China e a Rússia.
Agora, com cabeça de vira-lata nem em séculos. Porque a condição de país colonia, subdesenvolvido é um caminho sem volta.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

O MÊS DE JUNHO E O SIGNIFICADO DA MORTE DE SANTIAGO ANDRADE

O MÊS DE JUNHO E O SIGNIFICADO DA MORTE DE SANTIAGO ANDRADE

Que esperar do mês de junho? Sem querer estimular ilações supersticiosas, as manifestações de junho de 2003 contam com um predecessor histórico. No Rio de Janeiro, no dia 15 de junho de 1901 o povo carioca que saíra para trabalhar com o dinheiro contado no bolso, foi surpreendido por um aumento no preço da passagem dos bondes. A surpresa logo converteu-se em revolta e bondes foram apedrejados, tombados e incendiados. A polícia, como sói acontecer, reagiu com truculência baixou o cacetete e disparou armas de fogo ferindo dezenas e matando alguns. A violência policial gerou mais violência por parte da população. Durante cinco dias o Centro da cidade virou uma praça de guerra, a rua do Ouvidor foi interditada com barricadas que usavam tampas de bueiro e até caixões de defunto. O Estado dando continuidade a uma estratégia de confronto enterrou os mortos secretamente no cemitério do Caju, frustrando os parentes e amigos das vítimas que foram ao necrotério. As manifestações só foram contidas de pois que a Companhia São Cristovão cancelou o aumento da tarifa.
Foi também num mês de junho do fatídico ano de 2002 que o repórter Tim Lopes no exercício de sua profissão, foi covardemente assassinado por traficantes da favela Vila Cruzeiro.Tim Lopes da TV Globo fazia a cobertura de um baile funk promovido por traficantes na favela Vila Cruzeiro. Tim Lopes foi capturado pelos traficantes, torturado e morto. Tim Lopes é hoje nome de um prêmio que contempla oito categorias: grande prêmio, fotografia, rádio, meio ambiente, direitos humanos internet, jornal impresso, e televisão.
Em uma homenagem póstuma a Santiago Andrade o Prêmio Tim Lopes 2014 incluiu mais uma categoria a ser premiada, a de cineasta, conferido a Santiago Andrade. O prêmio foi recebido pela viúva dona Arlita e pela filha a também jornalista Vanessa Andrade.
Entre os premiados estava o fotógrafo do portal Terra, José Mauro Leandro Pimentel pela reportagem Assembleia [Legislativa] em chamas. Esse episódio das manifestações do mês de junho (sempre junho) de 2013 foi uma tentativa de repetir em condições tupiniquins o incêndio do Reichstag. A Alerj fora deixada sem proteção de uma tropa de choque, à mercê de vândalos e coquetéis molotov. Os policiais de funções burocráticas que guarneciam o prédio ficaram encurralados e do lado de fora um policial militar quase foi linchado. Todos sabemos para que serve um incêndio desses: serve de pretexto para endurecimento do regime.
Voltando à Santiago Andrade. Ele foi morto por um rojão quando cobria uma manifestação de protesto contra um recente aumento das passagens de ônibus no Rio de Janeiro. Um aumento que não se justifica. Em Terezina, Piauí e Maranhão o preço da passagem é de R$2,10. Em Recife R$2,15. Por que no Rio de Janeiro a passagem tem que ser R$3,00? A máfia da mobilidade urbana já é contempladíssima com subsídios e isenção de tributos como PIS e Cofins. E tanto o oligopólio mafioso está nadando em dinheiro que expande seus negócios em outros estados. Tem dono de empresa de ônibus que diversifica seus negócios comprando empresa de aviação.
O povo que fora às ruas nas jornadas de junho para protestar já tinha conseguido uma vitória quando obrigou o prefeito a voltar atrás cancelando um aumento dado. E com certeza iria repetir o movimento até que o aumento recalcitrante fosse barrado. Santiago Andrade foi um cadáver colocado no caminho do movimento que iria fazer baixar o preço da passagem de ônibus no Rio de Janeiro. Sua morte não foi um acidente, os rapazes que usaram o rojão foram financiados. A sociedade está aguardando o inquérito da Polícia Civil que deve apontar quem deu dinheiro para que o fato fatídico tivesse lugar.
Esse o melancólico significado da morte de Santiago Andrade, morreu por causa de 25 centavos.
Vamos ver o que nos reserva o mês de junho que se aproxima.